quinta-feira, 28 de abril de 2011

Eu vi  a face da Morte , zombando do medo que eu sentia ,
Medo ... veneno que paraliza a presa ...
Seu hálito morno ... sua pele clara ... inabalavelmente fria .
Mas o que me paralizou diante desta face,
não foi fato de ver o meu passado inteiro desbaratado ,
rodando como num filme  documentado ,
Mas o que eu não via ... O futuro...
O futuro me atirando na cara essa condição de ser finito, mortalidade aterradora.
O azul da tela quando chega o final da fita .
Ali tive a nítida sensação de acabar um pouco.
E quando sorriu , essa face deformou o tempo, que parou por um segundo...
Um segundo abandonado ... um minuto recente ,ou uma eternidade em meio a tudo que acaba?
Ainda não decifrei esse momento .
Abro os olhos , coração na mão ... Deus foi só um sonho ...
Vou até a janela e acordo para os ruídos da casa que não dormia, 
Para os ruídos da noite,
que deslocam meus sentidos para as coisas lá de fora,
O gato correndo pela rua ,distraído a procura de algo que lhe sacie a fome e o instinto.
A chuva batucando alguma lata baldia ...
Sou toda ouvidos, olfato e posso até sentir o gosto de algumas lembranças recentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário